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Psicol. ciênc. prof ; 37(4): 991-994, out.- dez. 2017.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-884043

ABSTRACT

Mudanças no perfil da epidemia de HIV/Aids ampliaram discussões sobre condições materiais e subjetivas de vida e seu impacto como elemento estruturante da vulnerabilidade à contaminação. Neste contexto, estudar as relações de gênero e a submissão das mulheres aos parceiros é relevante para uma análise da vulnerabilidade entre elas. Este artigo apresenta resultados extraídos de estudo que analisou como mulheres, vulneráveis ao HIV pela própria relação de gênero, lidam com parceiros e com seus direitos reprodutivos. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas com dez gestantes soropositivas ao HIV em atendimento pré-natal em ambulatório de ginecologia e obstetrícia especializado no atendimento a pacientes portadores de doenças infectocontagiosas, inserido em um hospital da rede pública de saúde no interior do estado de São Paulo que é considerado referência para a região em que residiam as participantes. Os resultados apontam dificuldades para a distribuição do poder nas relações de gênero como elemento estruturante da vulnerabilidade ao HIV. Entre as participantes, a maioria reconhece a si como vítima da ação de seus parceiros, culpando-os pelo contágio. Aponta-se a necessidade de reestruturar práticas de saúde no atendimento psicológico a mulheres soropositivas, considerando a necessidade de fortalecimento de recursos cognitivos/afetivos para o enfrentamento das vicissitudes do contágio e consequente ruptura com a naturalização como vítimas. Dentre as estratégias para fortalecimento destas mulheres estão: discussão da apropriação do processo do contágio; problematização do aceite tácito da pretensa superioridade masculina e das exigências do parceiro ou da família. O efeito da proposta é reconhecer a passividade feminina como elemento de vulnerabilidade das mulheres e fragilidade das práticas preventivas....(AU)


Changes in the profile of the HIV/AIDS epidemic have broadened discussions about material and subjective conditions of life and their impact as a structuring element of vulnerability to contamination. In this context, studying gender relations and subjecting women to the partners is relevant to analyze the vulnerability between them. This article presents results from a study that analyzed how women, already vulnerable to HIV, deal with partners and their reproductive rights. Semi-structured interviews were conducted with ten HIV-positive pregnant women in prenatal care at a gynecology and obstetrics outpatient clinic specialized in the care of patients with infectious diseases at a public health hospital and reference to the region in which the participants lived. The results point out difficulties in the distribution of power in gender relations as a structuring element of vulnerability to HIV. Among the participants, most recognize themselves as victims of the action of their partners, blaming them for the contagion. It is pointed out the need to restructure psychological support of seropositive women, considering the need to strengthen cognitive/affective resources to face the vicissitudes of the contagion and consequent rupture with the naturalization as victims. Among the strategies to strengthen these women are: discussion of the appropriation of the contagion process;problematization of the tacit acceptance of the alleged male superiority and of the demands of the partner or family. The effect of the proposal is to recognize female passivity as an element of women's vulnerability and fragility of preventive practices


Los cambios en el perfil de la epidemia de VIH/SIDA han producido discusión más amplia de las condiciones de vida y su impacto como un elemento estructural de la vulnerabilidad a la contaminación. En este contexto, el estudio de las relaciones de género es relevante para el análisis de vulnerabilidad entre las mujeres. Este artículo presenta los resultados del estudio en el que se hicieron entrevistas semiestructuradas con diez mujeres embarazadas con VIH en la atención prenatal en el ambulatorio de ginecología y obstetricia especializadas en el cuidado de pacientes con enfermedades infecciosas. Los resultados muestran dificultades para la distribución de poder en las relaciones de género como un elemento estructurante de la vulnerabilidad al VIH. La mayoría de las participantes se reconocen a sí mismas como víctimas de las acciones de sus maridos, culpándolos del contagio. Apunta a la necesidad de reestructurar la atención psicológica en el cuidado de las mujeres VIH-positivas, teniendo en cuenta la necesidad de fortalecer los recursos cognitivos/afectivos para hacer frente a las vicisitudes de contagio y la consiguiente ruptura con la naturalización como víctimas. Entre las estrategias para el fortalecimiento de estas mujeres son: debate sobre la identificación del proceso de contagio; cuestionamiento de la aceptación tácita de la supuesta superioridad masculina y de los requisitos de los compañeros o familiares. El efecto de la propuesta es reconocer la pasividad de las mujeres como elemento femenino de la vulnerabilidad y fragilidad de las prácticas preventivas....(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Adolescent , Adult , Health Vulnerability , HIV , Parenting
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